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Docente do IFSC representará cientistas brasileiros na China

O Professor Doutor Rafael Guido, do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), participará do Annual Meeting of the New Champions, evento que acontecerá entre os dias 26 e 29 de junho, em Dalian, na China. A iniciativa, voltada apenas a convidados, é realizada anualmente pelo World Economic Forum, uma organização não-governamental que estuda novas tendências no mundo, em todas as áreas (saúde, economia, tecnologia, meio ambiente etc.).

Com cerca de 1250 convidados, essa edição do encontro reunirá civis e líderes políticos, empresariais e acadêmicos, para que possam discutir e encontrar modos de cooperação e estratégias para lidarem com os desafios do futuro, colaborando com o desenvolvimento e crescimento econômico mundial.

A temática dessa edição do encontro será Alcançando o Crescimento Inclusivo na Quarta Revolução Industrial. A conectividade entre diferentes áreas, como Física e Biologia, está criando novas metodologias digitais, e essa revolução, diz Rafael Guido, faz parte do que se chama de Quarta Revolução Industrial, em que a linha de produção se dá através de novas tecnologias, como sistemas de inteligência artificial. A Primeira Revolução Industrial se estabeleceu com o uso de maquinário à base de água e vapor, para produção em larga escala; a Segunda correspondeu ao uso da energia elétrica; já a Terceira, que estaria se extinguindo, surgiu a partir da aplicação de eletrônica e tecnologias de informação.

Rafael Guido

Prof. Guido é graduado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e doutor em Física Aplicada pelo IFSC/USP, tendo realizado doutorado sanduíche na Philipps-Universität Marburg (Alemanha) e pós-doutorado na USP. Ele será o único pesquisador brasileiro a participar das reuniões do evento, como jovem cientista, podendo apresentar os trabalhos que tem desenvolvido no IFSC, onde, através do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar-FAPESP), estuda estratégias para tentar combater o parasita causador da Malária, doença tropical infecciosa que é transmitida ao ser humano através da picada do mosquito hospedeiro Anopheles (fêmea). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015 houve o registro de aproximadamente 212 milhões de casos de Malária e a estimativa de 429 mil mortes pela doença.

No evento, o docente do IFSC falará principalmente sobre um projeto que tem liderado juntamente com o Prof. Dr. Luiz Carlos Dias, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em parceria com a organização não-governamental Medicine for Malaria Venture (MMV), que visa ao desenvolvimento de fármacos para o combate da Malária.

Guido explica que grande parte dos casos de Malária ocorre em regiões de países menos desenvolvidos, onde a condição financeira é um empecilho para a obtenção de medicamento para o tratamento da doença. Por isso, não há, segundo o docente do IFSC, uma grande motivação financeira para que a indústria desenvolva novos fármacos para combater a doença. Para ele, nesse sentido, iniciativas, como o MMV, são fundamentais e tornam “interessantes” as perspectivas para o desenvolvimento de novos medicamentos, principalmente quando se pensa na Quarta Revolução Industrial: “A própria MMV financia pesquisas acadêmicas, que recebem consultoria de indústrias farmacêuticas, o que pode facilitar o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes e de baixo custo para o tratamento da Malária”. Graças a essa parceria, Guido acredita que, dentro dos próximos anos, haverá uma nova molécula candidata a novo fármaco dedicado a um eventual tratamento de pacientes acometidos pela patologia.

Para o docente, a efetivação da integração entre academia, indústria e governo, poderá ser uma das consequências do Annual Meeting of the New Champions, sendo essencial para o sistema econômico brasileiro, já que, melhorando a comunicação entre esses setores, pode-se, em sua opinião, capacitar novos pesquisadores, gerar emprego à população brasileira e colocar o país em um novo patamar de desenvolvimento de inovações tecnológicas, inclusive na área estratégica de novos fármacos.

Fonte: Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

http://www.ifsc.usp.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4958:na-china-docente-do-ifsc-representara-cientistas-brasileiros&catid=7:noticias&Itemid=224